Caracterização da adesão à monoterapia guiada por hemocultura no tratamento de infecções neonatais em uma maternidade escola

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30968/rbfhss.2022.131.0720

Resumo

Objetivo: Caracterizar as hemoculturas positivas e a adesão médica à monoterapia antimicrobiana guiada por hemocultura, assim como os fatores associados a esta prática, em unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN). Métodos: Estudo transversal e retrospectivo realizado por meio das fichas de notificações de infecções relacionada à assistência à saúde em recém-nascidos internados com hemocultura positiva de janeiro a dezembro 2019, na UTIN de uma maternidade escola em Fortaleza, Brasil. Coletou-se dados demográficos e clínicos dos recémnascidos, assim como antimicrobianos utilizados e resultados de hemoculturas. A adesão à monoterapia foi considerada quando houve prescrição de apenas um antimicrobiano sensível ao microrganismo isolado. A análise dos dados foi feita através dos Softwares Excel® e GraphPad Prism. Resultados: Foram incluídas 62 hemoculturas positivas provenientes de 48 recém-nascidos. Destes, a maioria era do sexo feminino (54,2%), pré-termo extremo (29,2%) e de extremo baixo peso ao nascer (35,4%). As bactérias Gram-positivas (59,7%) foram as mais isoladas, principalmente o Staphylococcus epidermidis (54,1%) e Staphylococcus haemolyticus (18,9%). A vancomicina (21%) foi o antimicrobiano mais prescrito, seguido da oxacilina (19,4%). Com relação à adesão, observou-se que 53,2% das prescrições não aderiram à monoterapia. Por outro lado, a adesão à monoterapia foi observada em 53,3% dos casos de alta hospitalar. A adesão à monoterapia foi mais frequente após o isolamento de fungos (75%) e bactérias Gram negativas (66,7%), do que após o isolamento de bactérias Grampositivas (32,4%). Ademais, as infecções por bactérias Gram-negativas foram significativamente associadas com a adesão à monoterapia (p = 0,03, risco relativo = 1,82), enquanto as infecções por bactérias Gram-positivas foram significativamente associadas com a não adesão à monoterapia (p = 0,01, risco relativo = 0,48). Não foram encontradas associações estatisticamente significativa entre as outras variantes analisadas. Conclusão: Adesão à monoterapia antimicrobiana guiada por hemocultura ocorreu em menos da metade dos tratamentos em recém-nascidos prematuros e de baixo peso. As bactérias Gram positivas estão relacionadas a não adesão à monoterapia. Observou-se, também, uma maior prevalência de prescrição de vancomicina e presença de Staphylococcus spp (em maioria resistente à oxacilina).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Publicado

2022-03-28

Como Citar

1.
PEREIRA JM, DIAS HI, CIARLINI NS, ALBUQUERQUE JS, TIMBÓ FJ, NETO FC, CHAVES EF, NOBRE KS. Caracterização da adesão à monoterapia guiada por hemocultura no tratamento de infecções neonatais em uma maternidade escola. Rev Bras Farm Hosp Serv Saude [Internet]. 28º de março de 2022 [citado 22º de novembro de 2024];13(1):720. Disponível em: https://rbfhss.org.br/sbrafh/article/view/720

Edição

Seção

ARTIGOS ORIGINAIS

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)