Estimativa de custo e adesão de prescrições médicas a diretrizes de profilaxia para úlcera de estresse em um hospital universitário no nordeste do Brasil: estudo retrospectivo observacional
DOI:
https://doi.org/10.30968/rbfhss.2021.123.0648Resumo
Objetivo: avaliar a adesão das prescrições médicas às principais diretrizes de profilaxia para úlcera de estresse e estimar os gastos despendidos com as prescrições inapropriadas em um hospital universitário na Região Nordeste do Brasil. Métodos: o estudo foi do tipo observacional, transversal, descritivo, retrospectivo com abordagem quantitativa. Analisaram-se prontuários e prescrições médicas de todos os pacientes internados por mais de 24 horas nas unidades de cuidados não intensivos, no período de um mês. Foram excluídos do estudo, pacientes menores de 18 anos, em uso prévio de supressores ácidos para fins de tratamento ou com prontuários preenchidos de forma incompleta. Os dados foram coletados através de instrumento formulado a partir das principais diretrizes para profilaxia para úlcera de estresse, submetidos a analise descritiva, teste Kruskal-Wallis com post-hoc de Dunn, correlação de Pearson e regressão logística. O odds ratio e o intervalo de confiança (95% IC) foram considerados para relatar os resultados do modelo de regressão. Valores de p≤0.05 foram considerados significativos para os demais testes. Resultados: Foram aptos a participar do estudo 421 usuários, sendo a maioria do sexo masculino e na faixa etária entre 30 a 59 anos. Para 212 (50,3%) foi prescrita profilaxia para úlcera de estresse, para 210 (99%) destes não havia indicação nas diretrizes. O custo médio por paciente com profilaxia indevidamente prescrita foi de U$8,6 (DP10,8). Na análise, pelo modelo de regressão logística múltipla, as variáveis associadas à prescrição foram tempo de permanência (OR= 1,047; 1,03-1,07) e ter vínculo profissional Staff (OR= 1,995; 1,30-3,06), ajustadas por idade e sexo. O tempo de permanência e tempo de uso de terapia de supressão ácida foi significantemente maior na clínica ortopédica (p<0,0001). Conclusão: Faz-se necessária medidas de intervenção, incluindo a implementação de protocolos institucionais e educação de prescritores sobre o uso de terapia de supressão ácida durante a hospitalização.
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