Utilização da ferramenta análise dos modos de falha e seus efeitos no processo medicamentoso clínico em uma unidade de terapia intensiva
DOI:
https://doi.org/10.30968/rbfhss.2021.123.0606Resumo
Objetivo: Descrever os modos de falhas (MF) e estabelecer medidas de contingência relacionados ao processo medicamentoso clínico através das prescrições médicas de pacientes internados em uma Unidade de Terapia Intensiva Respiratória (UTIR), por meio da ferramenta Análise do Modo de falha e seus Efeitos (FMEA). Métodos: Trata-se de um estudo descritivo e transversal realizado em uma UTIR de um hospital público em Fortaleza, Brasil, em novembro/2015 a março/2016. A população foi constituída por indivíduos adultos (idade ≥ 18 anos) em cuidados intensivos na UTIR. O estudo incluiu as prescrições médicas liberadas nas segundas-feiras, quartas-feiras e sextas-feiras e foi realizado em cinco fases: diagnóstico situacional, a formação de uma equipe multiprofissional, avaliação dos MF, acompanhamento dos MF e o cálculo do coeficiente de prioridades (CP). Na avaliação dos MF, foram estabelecidos critérios para os três indicadores que constituem o FMEA com pontuação que varia de 1 a 10, onde 10 caracteriza a situação mais preocupante. Assim, pontuaram-se os indicadores de Gravidade (G), Prevalência (P) e Detecção (D). O estudo foi realizado por meio de interação ativa entre os integrantes do grupo e com a realização sessões presenciais e virtuais. Os medicamentos envolvidos foram classificados por classe terapêutica, de acordo com o Anatomical Therapeutic Chemical Classification System. A análise dos dados foi realizada utilizando o software Microsoft Office Excel® 2013. Resultados: Foram analisadas 301 prescrições, com a identificação de 452 MF que envolveram principalmente os antibacterianos para uso sistêmico (21,6%, n=8), psicolépticos (13,5%, n=5) e agentes antitrombóticos (10,8%, n=4). Os modos de falha foram classificados ainda em 11 diferentes categorias, sendo as mais frequentes ‘interação medicamentosa’ (36,8%; n=14), ‘ajuste de dose’ (21,1%; n=8) e ‘interação medicamento-alimento’ (7,9%, n=3). Os CP dos MF encontrados variaram entre 28 e 294 e 42,1% (n=16) destes apresentaram CP acima de 100. As medianas dos indicadores de G (6 - mín:3; máx:9), P (2 – mín:1; máx:7), D (7 – mín:3; máx:7) e coeficiente de prioridade (72 – mín: 28; máx: 294), indicam que os modos de falha possuíam, em geral, gravidade moderada, baixa prevalência e baixa detecção. Para a maioria dos MF (72,7%, n=28), a conduta definida foi ‘não aceitar’ e a medida de contingência estabelecida incluiu uma notificação de evento sentinela. Conclusão: A utilização da FMEA permitiu a identificação, classificação e priorização dos riscos do processo medicamentoso clínico da UTIR. O estudo indica a necessidade de implementação de medidas que aumentem a segurança da prática clínica na Unidade de Terapia Intensiva em estudo.
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