Análise do perfil das prescrições de antimicrobianos na clínica médica de um hospital público do Pará
Palavras-chave:
Antimicrobianos, Uso Racional de Medicamentos, Serviço de Farmácia Hospitalar.Resumo
Na prática assistencial hospitalar, os antimicrobianos estão entre os medicamentos mais prescritos e o seu uso irracional implica resistência bacteriana, elevação de custos e diminuição da qualidade de vida do paciente. Foi realizada pesquisa retrospectiva (janeiro a junho de 2010) nos prontuários de pacientes entre 19 e 64 anos internados na Clínica Médica do Hospital Regional Dr. Abelardo Santos/Belém-Pa. A amostra obtida foi de 63 prontuários, observando-se 100% de terapia empírica em relação à terapia específica. As infecções respiratórias, do trato urinário e gastrintestinais figuraram como as mais freqüentes e a mediana de internação foi de 7 dias. As classes dos betalactâmicos e das quinolonas foram os mais prescritos, tendo como representantes das classes a ceftriaxona (52 prescrições) e o ciprofloxacino (21), respectivamente. O tempo de antibioticoterapia variou entre 1 e 17 dias. Constatou-se grande variedade de associações de antimicrobianos, inclusive entre fármacos de mesma classe farmacológica. Para 68,3% dos pacientes, o tratamento foi em politerapia (2 a 5 antimicrobianos). Os dados evidenciam a importância de se criar mecanismos de controle na prescrição e dispensação de antimicrobianos, através de medidas restritivas no uso de tais medicamentos e medidas educativas para a equipe de saúde. O uso racional de antimicrobianos depende de mudanças das práticas de prescrição médica e envolve distintos atores, dentre eles o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar, o Serviço de Farmácia, o Laboratório de Microbiologia e a Direção do hospital que deve subsidiar as decisões tomadas visando à qualidade assistencial.
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