Revisão da farmacoterapia intra-hospitalar: análise de risco e de rede

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30968/rbfhss.2023.144.0995

Resumo

Objetivo: Analisar a relação entre os Problemas Relacionados a Medicamentos (PRM) e os medicamentos identificados no processo de revisão da farmacoterapia (RF) de um hospital universitário. Método: Trata-se de um estudo observacional retrospectivo e transversal. Os registros de PRM do período do estudo (2019-2020) foram coletados de um banco de dados de RF hospitalar e classificados conforme a Pharmaceutical Care Network Europe (PCNE). Em seguida, um painel de especialistas (farmacêuticos e médicos) analisou a significância clínica do PRM incluído, em formulário online, com base no Hazard Scoring Matrix (HSM). Utilizando o software Gephi foram construídas duas redes para visualização da relação entre os PRM e os medicamentos nas seguintes perspectivas: (i) dos farmacêuticos do hospital; e (ii) do painel de especialistas. Resultados: 1250 PRM relacionados a 177 medicamentos diferentes foram incluídos e compilados em 202 combinações diferentes de “PRM-medicamento”. Pelo PCNE 41,6% dos PRM foram classificados como classe C1 (seleção do medicamento), 20,32% como C5 (dispensação) e 13,76% da classe C3 (seleção de dose). Pelo painel de especialistas, a combinação de “seleção de dose- antibiótico” foi a que apresentou maior risco na análise global e de farmacêuticos. Para os médicos, a combinação “monitoramento - anticoagulantes antagonistas de vitamina K” foi classificada com o maior risco. Em contrapartida, a combinação “seleção do medicamento- antiulcerosos”, que foi a mais encontrada na base de dados foi classificada pelos especialistas com escore de risco baixo (HSM 6). Conclusão: A significância das combinações “PRM-medicamento” foi diferente quando comparados os resultados pré e pós análise de risco. Assim, demonstrou-se que o HSM pode ser uma ferramenta útil para melhorar a avaliação do PRM e padronizar os serviços de RF, orientando os farmacêuticos para situações de maior  significância clínica e aumentando sua eficácia na melhoria dos resultados de saúde.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Hepler CD, Strand LM. Opportunities and responsibilities in pharmaceutical care. Am J Hosp Pharm, v. 47, p. 533-43, 1990.

Foppe van Mil JW, Westerlund T, Brown L, et al. Medical care and drug-related problems: Do doctors and pharmacists speak the same language? Int J Clin Pharm. 2016;38(2):191- 194. doi:10.1007/S11096-016-0249-X/METRICS

Phillips DP, Christenfeld N, Glynn LM. Increase in US medication-error deaths between 1983 and 1993. Lancet. 1998;351(9103):643-644. doi:10.1016/S0140-6736(98)24009-8

Kohn LT, Corrigan, JM, Donaldson MS. To err is human: buil- ding a safer health system. Washington: The National Aca- demies Press, 2000. Cap. 2: Errors in health care: a leading cause of death and injury, p.26-48.

Couto RC, Pedrosa TGM. Erros acontecem: a força da transpa- rência no enfrentamento dos eventos adversos assistenciais em pacientes hospitalizados. Instituto de Estudos de Saúde Suplementar. 2016;49. Disponível em: <http://www.ismp-brasil.org/site/wp-content/uploads/2016/10/Estudo-even- tos-adversos-no-Brasil-2016.pdf> Acesso em: 20 ago. 2023.

Patel P, Zed PJ. Drug-Related Visits to the Emergency De- partment: How Big Is the Problem? Pharmacother J Hum Pharmacol Drug Ther. 2002;22(7):915-923. doi:10.1592/ PHCO.22.11.915.33630

CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA (CFF). Serviços farmacêu ticos diretamente destinados ao paciente, à família e à co- munidade: contextualização e arcabouço conceitual. 2016. Disponível em: <http://www.cff.org.br/userfiles/Profar_Arca- bouco_TELA_FINAL.pdf> Acesso em: 20 ago. 2023.

Blenkinsopp A, Bond C, Raynor DK. Medication reviews. Br J Clin Pharmacol. 2012;74(4):573. doi:10.1111/J.1365-2125.2012.04331.X

Bhatt-Mehta V, Buck ML, Chung AM, et al. Recommenda- tions for Meeting the Pediatric Patient’s Need for a Clinical Pharmacist: A Joint Opinion of the Pediatrics Practice and Research Network of the American College of Clinical Phar- macy and the Pediatric Pharmacy Advocacy Group. Pharmacother J Hum Pharmacol Drug Ther. 2013;33(2):243-251. doi:10.1002/PHAR.1246

Pedersen CA, Schneider PJ, Scheckelhoff DJ. ASHP national survey of pharmacy practice in hospital settings: Prescribing and transcribing—2013. Am J Heal Pharm. 2014;71(11):924- 942. doi:10.2146/AJHP140032

Kaboli PJ, Hoth AB, McClimon BJ, Schnipper JL. Clinical Phar- macists and Inpatient Medical Care: A Systematic Review. Arch Intern Med. 2006;166(9):955-964. doi:10.1001/AR- CHINTE.166.9.955

PHARMACEUTICAL CARE NETWORK EUROPE. Classification for Drug related problems V 9.0. PCNE Classification, 2019. Disponível em: <https://www.pcne.org/upload/files/334_PCNE_classification_V9-0.pdf>. Acesso em: 20 ago. 2023.

Griese-Mammen N, Hersberger KE, Messerli M, et al. PCNE definition of medication review: reaching agreement. Int J Clin Pharm. 2018;40(5):1199-1208. doi:10.1007/S11096- 018-0696-7/FIGURES/5

Haines ST, Kliethermes MA, Sorensen TD. The Patient Care Process. “In”: DIPIRO, Joseph (ed). Pharmacotherapy: A Patho- physiologic Approach. 11 ed. McGraw Hill, 2020. Disponível em: <https://accesspharmacy.mhmedical.com/content.aspx?booki- d=2577&sectionid=219306401>. Acesso em: 20 ago. 2023.

von Elm E, Altman DG, Egger M, Pocock SJ, Gøtzsche PC, Vandenbroucke JP. The Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE) statement: guidelines for reporting observational studies. J Clin Epidemiol. 2008;61(4):344-349. doi:10.1016/j.jclinepi.2007.11.008

Correr CJ, Melchiors AC, de Souza TT, Rotta I, Salgado TM, Fernandez-Llimos F. A Tool to Characterize the Components of Pharmacist Interventions in Clinical Pharmacy Services: The DEPICT Project. http://dx.doi.org/101345/aph1S006. 2013;47(7-8):946-952. doi:10.1345/APH.1S006

WHO Collaborating Centre for Drug Statistics Methodology, ATC classification index with DDDs, 2022. Oslo, Norway 2021. Disponível em: <https://www.whocc.no/atc_ddd_index/>. Acesso em: 20 ago. 2023.

Jones J, Hunter D. Consensus methods for medical and health services research. BMJ Br Med J. 1995;311(7001):376. doi:10.1136/BMJ.311.7001.376

DeRosier J, Stalhandske E, Bagian JP, Nudell T. Using health care Failure Mode and Effect Analysis: the VA National Center for Patient Safety’s prospective risk analysis system. Jt Comm J Qual Improv. 2002 May;28(5):248-67, 209. doi: 10.1016/ s1070-3241(02)28025-6.

Jacomy M, Venturini T, Heymann S, Bastian M. ForceAtlas2, a continuous graph layout algorithm for handy network visua- lization designed for the Gephi software. PLoS One. 2014 Jun 10;9(6):e98679. doi: 10.1371/journal.pone.0098679.

Michal J, Henry T, Street C. Impact of a pharmacist-driven pro- tocol to decrease proton pump inhibitor use in non-intensive care hospitalized adults. Am J Heal Pharm. 2016;73(17):S126- S132. doi:10.2146/AJHP150519

Mahmoudi L, Mohammadi R, Niknam R. Economic impact of pharmacist interventions on correction of stress-related mucosal damage prophylaxis practice. Clin Outcomes Res CEOR. 2019;11:111. doi:10.2147/CEOR.S191304

Mousavi M, Dashti-Khavidaki S, Khalili H, Farshchi A, Gatmiri M. Impact of clinical pharmacy services on stress ulcer prophylaxis prescribing and related cost in patients with renal insufficiency. Int J Pharm Pract. 2013;21(4):263-269. doi:10.1111/IJPP.12005

Fontecha-Barriuso M, Martín-Sanchez D, Martinez-Moreno JM, Cardenas-Villacres D, Carrasco S, Sanchez-Niño MD, Ruiz-Ortega M, Ortiz A, Sanz AB. Molecular pathways driving ome- prazole nephrotoxicity. Redox Biol. 2020 May;32:101464. doi: 10.1016/j.redox.2020.101464.

Barroso WKS, Rodrigues CIS, Bortolotto LA, et al. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Arq Bras Cardiol. 2021;116(3):516. doi:10.36660/ABC.20201238

Wong YM, Quek YN, Tay JC, Chadachan V, Lee HK. Efficacy and safety of a pharmacist-managed inpatient anticoagulation service for warfarin initiation and titration. J Clin Pharm Ther. 2011;36(5):585-591. doi:10.1111/J.1365-2710.2010.01216.X

White RT, Bos AJ, Nawarskas JJ, et al. Inpatient pharmacy-dri- ven antithrombosis stewardship efforts on warfarin to direct oral anticoagulant conversions. JACCP J Am Coll Clin Pharm. 2023;6(3):231-240. doi:10.1002/JAC5.1759

Ahmad M, Khan AU. Global economic impact of antibiotic resistance: A review. J Glob Antimicrob Resist. 2019;19:313- 316. doi:10.1016/J.JGAR.2019.05.024

Gruenberg K, Abdoler E, O’Brien BC, Schwartz BS, MacDou- gall C. How do pharmacists select antimicrobials? A model of pharmacists’ therapeutic reasoning processes. JACCP J Am Coll Clin Pharm. 2022;5(4):398-405. doi:10.1002/JAC5.1580

Shen J, Sun Q, Zhou X, et al. Pharmacist interventions on antibiotic use in inpatients with respiratory tract infections in a Chinese hospital. Int J Clin Pharm. 2011;33(6):929-933. doi:10.1007/S11096-011-9577-Z/FIGURES/2

Fick DM, Semla TP, Steinman M, et al. American Geriatrics Society 2019 Updated AGS Beers Criteria® for Potentially Inappropriate Medication Use in Older Adults. J Am Geriatr Soc. 2019;67(4):674-694. doi:10.1111/JGS.15767

Jovevski JJ, Smith CR, Roberts JL, Dev S, Iloabuchi TC, Gruber EA, Williams MJ, Slaven JE, Mitchell AM. Implementation of a compulsory clinical pharmacist-led medication deprescribing intervention in high-risk seniors in the emergency de- partment. Acad Emerg Med. 2023 Apr;30(4):410-419. doi: 10.1111/acem.14699.

Publicado

2024-01-08

Como Citar

1.
RAHN B, ZONZINI FH, MENDES AM. Revisão da farmacoterapia intra-hospitalar: análise de risco e de rede. Rev Bras Farm Hosp Serv Saude [Internet]. 8º de janeiro de 2024 [citado 16º de julho de 2024];14(4):995. Disponível em: https://rbfhss.org.br/sbrafh/article/view/995

Edição

Seção

ARTIGOS ORIGINAIS