Terapia antimicrobiana parenteral para pacientes internados e ambulatoriais: uma análise de custo na transição do cuidado
DOI:
https://doi.org/10.30968/rbfhss.2023.144.0975Resumo
Objetivo: Descrever e comparar os custos a curto e longo prazo na transição hospital-atenção domiciliar de pacientes em uso de terapia antimicrobiana, na perspectiva de uma operadora de saúde. Métodos: Realizou-se uma seleção de antibióticos confrontando a recomendação da Diretriz Brasileira de Terapia Antimicrobiana Parenteral (OPAT) e a lista de padronização de um serviço de home care especializado. Os custos diretos médico-hospitalares para o tratamento em regime de internamento hospitalar e programa de atenção domiciliar foram quantificados com base nos eventos faturados pela operadora de saúde no ano de 2022. Resultados: O tratamento com o menor custo foi com uso de Gentamicina, no qual cinco dias de tratamento somaram o valor de R$ 178,98 e 42 dias de tratamento R$ 532,85 na modalidade home care, enquanto na rede hospitalar various de R$ 1.782,08 o tratamento para cinco dias e R$ 2.337,08 o tratamento para 42 dias. O tratamento de maior custo neste estudo foi com o medicamento Linezolida, o qual totalizou R$ 487,29 o tratamento para cinco dias e R$ 2.620,71 em 42 dias com a administração no domicílio, e na rede hospitalar teve um custo de R$ 4.118,58 no tratamento para 5 dias e R$ 21.963,68 para 42 dias. Os aminoglicosídeos tiveram pouca variabilidade no custo evitado com o aumento dos dias de tratamento. Os demais medicamentos apresentam um aumento expressivo na diferença dos custos com o aumento do tempo de tratamento, com destaque especial para Linezolida e as Cefalosporinas.Conclusão: A terapia antimicrobiana se mostrou economicamente favorável para o atendimento domiciliar em todos os cenários, sendo um forte argumento para desospitalização precoce, sem prejuízo no cuidado.
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