O perfil farmacoepidemiológico de uma unidade de terapia intensiva cardiológica como ferramenta para padronização de um serviço de farmácia clínica
DOI:
https://doi.org/10.30968/rbfhss.2023.143.0934Resumo
Objetivo: Descrever o perfil farmacoepidemiológico da Unidade de Terapia Intensiva Cardiológica de um Hospital Universitário Público como forma de contribuir no planejamento, implantação e padronização do Serviço de Farmácia Clínica. Métodos: Estudo transversal e retrospectivo realizado em um hospital público universitário e desenvolvido de acordo com as recomendações da declaração Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE). Foram incluídos para análise todas as prescrições realizadas para pacientes internados na UTI Cardiológica (medicamento, dose, via de administração, posologia), além de dados relacionados ao perfil de pacientes e de internamentos (idade, sexo, tempo de internamento). Como premissa de análise foram utilizados indicadores recomendados pela literature em farmacoepidemiologia. Os dados foram extraídos do sistema de informação hospitalar (SIH) para o período de janeiro de 2015 a dezembro de 2019. Na sequência foram compilados e analisados em software Microsoft Office Excel® sendo analisados através de estatísticas descritivas. Resultados: A população do estudo foi composta por 2.157 pacientes (51,3% do sexo masculino), média de idade de 64 anos (DP ± 12,5), com tempo de internamento médio de 4,5 dias. Das admissões 69,4% foram transferidos para outras unidades de internamento, 24,6% receberam alta hospitalar e 6,0% vieram a óbito. Os motivos de internamento foram: síndrome coronariana aguda (44,6%), insuficiência cardíaca (9,7%), arritmias (4,9%), bloqueio atrioventricular (3,7%), estenose valvar (1,9%), choque cardiogênico (0,8%) e parada cardíaca com ressuscitação (0,6%). O total de medicamentos prescritos foi de 175.573, com uma taxa de medicamentos prescritos de 96,2 ao dia. Foram prescritos 468 medicamentos em diferentes apresentações, sendo a Dipirona 1g ampola o item mais prescrito no total de 10.688 unidades (6,1%). Conclusão: O estudo contribuiu para caracterizar o perfil farmacoepidemiológico da Unidade de Terapia Intensiva Cardiológica com o propósito de apresentar dados consistentes que permitirão aperfeiçoar o Serviço de Farmácia Clínica na sua implantação e padronização.
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