Mapeamento de problemas relacionados a medicamentos envolvendo a prescrição de fármacos opioides em um hospital universitário de Curitiba
DOI:
https://doi.org/10.30968/rbfhss.2023.142.0910Resumo
Introdução: Problemas Relacionados a Medicamentos (PRMs) são eventos indesejados presentes na farmacoterapia que afetam negativamente o tratamento de uma doença, e a Farmácia Clínica Hospitalar atua na farmacovigilância das prescrições, visando minimizar esses problemas. Tendo em vista que centros hospitalares de referência em trauma frequentemente fazem uso de fármacos opioids no manejo de pacientes traumatizados, faz-se necessário que haja uma investigação acerca dos PRMs envolvendo a prescrição de opioides nesses hospitais. Objetivo: Realizar o mapeamento dos PRMs identificados na prescrição de fármacos opioides na enfermaria de um hospital universitário em Curitiba. Métodos: Pesquisa retrospectiva e observacional. Os dados das prescrições foram coletados no período de fevereiro de 2019 até abril 2021. A partir das 14.014 prescrições analisadas, calculou-se pela relação de DOT (Days of Therapy) que 6.996 delas continham opioides. Das prescrições avaliadas, 9.075 possuíam PRMs, dos quais 1.550 eram relacionados a opioides. Resultados: Constatou-se que o principal problema envolvendo a prescrição de opioides nas enfermarias é o de custoefetividade (73,61%); já a principal causa de PRM é a prescrição da forma inapropriada de droga para o paciente em questão (73,23%). Em 87,74% dos casos, uma intervenção era proposta ao prescritor, contudo, em apenas 35,61% dos casos a intervenção proposta era aceita e totalmente implementada, de modo que o problema era totalmente resolvido em apenas 36,46% dos casos, e, ainda, em 29,55% dos casos, o problema não foi resolvido por falta de colaboração por parte do médico prescritor. Também, foi observado um decréscimo constante na taxa de incidência de PRMs com o tempo, consequência da farmacovigilância das prescrições e dos prescritores. Conclusão: A pesquisa foi frutífera no delineamento de um mapeamento completo dos PRMs relacionados a opioides no hospital, e também evidenciou a eficácia da ação educativa dos farmacêuticos junto aos prescritores.
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