Perfil farmacoterapêutico, clínico e sociodemográfico de adultos e idosos atendidos ambulatorialmente em um hospital psiquiátrico no Rio de Janeiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30968/rbfhss.2023.144.0867

Resumo

Objetivo: Examinar o perfil de dispensação de medicamentos psicotrópicos e características clínicas e sociodemográficas de adultos e idosos atendidos em um hospital psiquiátrico universitário público no município do Rio de Janeiro.  Métodos: Estudo transversal descritivo, com análise de dados de dispensação de psicotrópicos realizada em setembro de 2018 e análise de  prontuários a partir dessas receitas. Resultados: A média de prescrições de psicotrópicos por paciente no ambulatório geral foi de 2,63, e 1,84 no  geriátrico. Os subgrupos farmacológicos mais prescritos nos dois ambulatórios foram de antipsicóticos, antiepilépticos e antidepressivos,  representados, respectivamente, pela risperidona, clonazepam e fluoxetina no ambulatório geral, e pela risperidona, clonazepam e citalopram no geriátrico. O principal perfil dos pacientes atendidos pelo ambulatório geral foi de pessoas do sexo feminino (60,97%), solteiras (60,32%), sem  ocupação (55,48%) e com idade media de 48,9 anos. Os principais diagnósticos identificados no ambulatório geral foram transtorno de  humor (35,57%), esquizofrenia (18,94%) e transtornos de personalidade (18,24%). No ambulatório geriátrico, o perfil predominante foi de  pessoas do sexo feminino (69,49%), casadas (45,76%), sem ocupação (81,36%) e com idade média de 73,5 anos. Os diagnósticos mais prevalentes  foram transtorno de humor (27,27%), outras doenças degenerativas do sistema nervoso (24,24%) e transtornos mentais orgânicos (21,21%).  Conclusão: A identificação do perfil de usuários atendidos nos dois ambulatórios do hospital avaliado pode contribuir para maior  eficiência na prescrição, dispensação e uso de psicofármacos através do estabelecimento de políticas institucionais que assegurem o uso adequado  de medicamentos, da otimização das atividades de assistência farmacêutica realizadas na unidade, e da elaboração de estratégias de  apoio e reintegração social desses indivíduos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

World Health Organization. The WHO Special Initiative for Mental Health (2019-2023): Universal Health Coverage for Mental Health. Geneva: WHO; 2022. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/310981/WHO-MSD-19.1-eng.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 9 de setembro de 2022.

Ministério da Fazenda (BR). Adoecimento Mental e Trabalho: a concessão de benefícios por incapacidade relacionados a transtornos mentais e comportamentais entre 2012 e 2016. Brasília: Secretaria de Previdência; 2017. Disponível em: http://sa.previdencia.gov.br/site/2017/04/1%C2%BA-boletim-quadrimestral.pdf. Acesso em: 17 de janeiro de 2022.

World Health Organization. Mental disorders. Geneva: WHO; 2022. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/mental-disorders. Acesso em: 9 de setembro de 2022.

Damous I, Erlich H. O ambulatório de saúde mental na rede de atenção psicossocial: reflexões sobre a clínica e a expansão das políticas de atenção primária. Physis. 2017;27(4):911-932. DOI:10.1590/s0103-73312017000400004.

Xavier MS, Terra MG, Silva CT, et al. The meaning of psychotropic drug use for individuals with mental disorders in outpatient monitoring. Escola Anna Nery - Revista de Enfermagem. 2014;18(2). DOI:10.5935/1414-8145.20140047.

Alvim MM, Cruz DT, Aquino GA, et al. Study on medication prescription in the elderly population: benzodiazepine use and potential drug interactions. Cad saúde colet. 2021;29(2):209-217. DOI:10.1590/1414-462x202129020480.

Costa JO, Ceccato MGB, Melo APS, et al. Gender differences and psychotropic polypharmacy in psychiatric patients in Brazil: a cross-sectional analysis of the PESSOAS Project. Cad Saúde Pública. 2017;33(4). DOI:10.1590/0102-311x00168915.

World Health Organization. ATC/DDD Index. Geneva: WHO; 2019. Disponível em: https://www.whocc.no/atc_ddd_index/. Acesso em: 17 de janeiro de 2022.

Ministério da Saúde (BR). Portaria n° 344 de 12 de maio de 1998. Aprova o regulamento técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial. Brasília: Diário Oficial da União; 1998. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/svs/1998/prt0344_12_05_1998_rep.html. Acesso em: 17 de janeiro de 2022.

Ministério da Saúde (BR). Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. CID 10. Brasília, DF: DATASUS, 2021. Disponível em: http://datasus1.saude.gov.br/sistemas-e-aplicativos/cadastros-nacionais/cid-10. Acesso em 17 jan. 2022.

Presidência da República (BR). Lei n° 5991 de 17 de dezembro de 1973. Dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, e dá outras providências. Brasília: Diário Oficial da União; 1973. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5991.htm. Acesso em: 17 de janeiro de 2022.

Ministério da Saúde (BR). Portaria no 529, 1° de abril de 2013. Institui o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP). Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde; 2013. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt0529_01_04_2013.html. Acesso em: 8 de outubro de 2023.

Ministério da Saúde (BR). Documento de referência para o Programa Nacional de Segurança do Paciente / Ministério da Saúde; Fundação Oswaldo Cruz; Agência Nacional de Vigilância Sanitária. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014. 40 p. : il. ISBN 978-85-334-2130-1.

Vooss AT, Diefenthaeler HS. Evaluation of prescription indicators established by the WHO in Getúlio Vargas - RS. Braz J Pharm Sci. 2011;47(2):385-390. DOI:10.1590/S1984-82502011000200020.

Mascarelo A, Bortoluzzi EC, Hahn SR, et al. Prevalência e fatores associados à polifarmácia excessiva em pessoas idosas institucionalizadas do Sul do Brasil. Rev bras geriatr gerontol. 2021;24(2):e210027. DOI:10.1590/1981-22562021024.210027.

Farias AD, Lima KC, Oliveira YMC, et al. Prescrição de medicamentos potencialmente inapropriados para idosos: um estudo na Atenção Primária à Saúde. Ciênc saúde coletiva. 2021;26(5):1781-1792. DOI:10.1590/1413-81232021265.04532021.

Borges Júnior OS, Silva BCG, Fernandes LCSG, et al. Avaliação de prescrições farmacoterapêuticas em um centro de atendimento psicossocial (CAPS) de um município situado no sudeste goiano. Rev Eletr Farm. 2016;13(1):37. DOI:10.5216/ref.v13i1.36128.

Costa RC, Oliveira MC, Rodrigues EMN, et al. Perfil epidemiológico de usuários intensivos de um centro de atenção psicossocial. Revista de Enfermagem UFPE online. 2015;9(2):820-829. DOI:10.5205/1981-8963-v9i2a10405p820-829-2015.

Silva TFC, Lovisi GM, Verdolin LD, et al. Adesão ao tratamento medicamentoso em pacientes do espectro esquizofrênico: uma revisão sistemática da literatura. J bras psiquiatr. 2012;61(4):242-251. DOI:10.1590/S0047-20852012000400008.

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (BR). Risperidona. Disponível em: https://consultas.anvisa.gov.br/#/bulario/q/?-nomeProduto=RISPERIDONA. Acesso em: 9 de setembro de 2022.

Ministério da Saúde (BR). Portaria no 315, 30 de março de 2016. Aprova o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Transtorno Afetivo Bipolar do tipo I. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde; 2016. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/protocolos-clinicos-e-diretrizes-terapeuticas-pcdt/arquivos/2016/pcdt_transtornoafetivobipolar_tipoi.pdf. Acesso em: 8 de outubro de 2023.

Wannmacher L. Abordagem da depressão maior em idosos: medidas não medicamentosas e medicamentosas. OPAS/ OMS. 2016;1(1):1-10. Disponível em: https://www.paho.org/bra/dmdocuments/Abordagem%20idosos_F001.pdf. Acesso em: 9 de setembro de 2022.

Zorzanelli RT, Giordani F, Guaraldo L, et al. Consumo do benzodiazepínico clonazepam (Rivotril®) no estado do Rio de Janeiro, Brasil, 2009-2013: estudo ecológico. Ciênc saúde coletiva. 2019;24(8):3129–3140. DOI: 10.1590/1413-81232018248.23232017.

Naloto DCC, Lopes FC, Barberato Filho S, et al. Prescrição de benzodiazepínicos para adultos e idosos de um ambulatório de saúde mental. Ciênc saúde coletiva. 2016;21(4):1267-1276. DOI:10.1590/1413-81232015214.10292015.

2023 American Geriatrics Society Beers Criteria® Update Expert Panel. American Geriatrics Society 2023 updated AGS Beers Criteria® for potentially inappropriate medication use in older adults. J Am Geriatr Soc. 2023; 71(7): 2052-2081. DOI:10.1111/jgs.18372.

Ministério da Saúde (BR). Portaria no 364, de 9 de abril de 2013. Aprova o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas – Esquizofrenia. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde; 2013. Disponível em: https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/protocolos/pcdt-esquizofrenia-livro-2013-1.pdf. Acesso em: 9 de setembro de 2022.

Ferreira TJN, Torres RM. Utilização de antipsicóticos na esquizofrenia em diferentes espaços assistenciais da saúde mental. Rev Bras Farm Hosp Serv Saude. 2016;7(1):17-20.

Zanardo GLP, Moro LM, Ferreira GS, et al. Factors Associated with Psychiatric Readmissions: A Systematic Review. Paidéia (Ribeirão Preto). 2018;28(0). DOI:10.1590/1982-4327e2814.

Dias BM, Badagnan HF, Marchetti SP, et al. Gastos com internações psiquiátricas no estado de São Paulo: estudo ecológico descritivo, 2014 e 2019. Epidemiol Serv Saúde. 2021;30(2):e2020907. DOI:10.1590/s1679-49742021000200024.

Silveira MS, Vargas MM, Reis FP, et al. Caracterização dos usuários com esquizofrenia e outros transtornos psicóticos dos Centros de Atenção Psicossocial. Cad saúde colet. 2011;19(1):27-32.

Araújo CLO, Nicoli JS. Uma revisão bibliográfica das principais demências que acometem a população brasileira. Revista Kairós Gerontologia. 2010;13(1):231-244. DOI:10.23925/2176-901X.2010v13i1p%25p.

World Health Organization. Depression and Other Common Mental Disorders: Global Health Estimates. Geneva: WHO; 2017. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/254610/WHO-MSD-MER-2017.2-eng.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 17 de janeiro de 2022.

Ministério da Saúde (BR). Série PNAUM. Utilização e Promoção do Uso Racional. Pesquisa Nacional sobre o Acesso, de Medicamentos no Brasil. Caderno 3 -Componente populacional: resultados. Brasília: Ministério da Saúde; 2016. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/componente_populacional_resultados_pnaum_caderno3.pdf. Acesso em: 9 de setembro de 2022

Publicado

2024-01-08

Como Citar

1.
TEODORO CS, DA SILVA RM, SANTOS V. Perfil farmacoterapêutico, clínico e sociodemográfico de adultos e idosos atendidos ambulatorialmente em um hospital psiquiátrico no Rio de Janeiro. Rev Bras Farm Hosp Serv Saude [Internet]. 8º de janeiro de 2024 [citado 16º de julho de 2024];14(4):867. Disponível em: https://rbfhss.org.br/sbrafh/article/view/867

Edição

Seção

ARTIGOS ORIGINAIS