Avaliação da suscetibilidade bacteriana aos carbapenêmicos por cepas isoladas de pacientes em uma unidade de terapia intensiva adulto
DOI:
https://doi.org/10.30968/rbfhss.2023.142.0864Resumo
Objetivo: Descrever a susceptibilidade bacteriana aos antimicrobianos da classe carbapenêmicos, prescritos aos pacientes internados em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto de um hospital público em São Paulo. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo e retrospectivo através dos laudos de liberação de tratamento com carbapenêmicos e consultas a exames laboratoriais, incluindo 81 laudos e 129 culturas de 70 pacientes. A coleta de dados foi baseada nos pacientes internados em UTI adulto de um Hospital Público Municipal que receberam antimicrobianos da classe carbapenêmicos, no período de julho a setembro de 2021. Resultados: Um total de oitenta e um laudos de liberação para tratamento com carbapenêmicos na unidade de terapia intensiva adulto foram analisados. Entre os pacientes, o sexo masculino foi predominante com 53 (65,4%). A idade média dos pacientes no estudo foi 63 ± 15 anos. Em 59 (72,8%) dos laudos foram utilizados o meropenem e nos outros 22 (27,2%) casos foram prescritos o imipenem. A terapia empírica foi relatada na maioria dos laudos (57/81), sendo que em 3 laudos não havia a informação preenchida e em 21 deles os tratamentos foram prescritos de forma específica. Em vinte e quatro culturas foram identificadas bactérias gram-positivos e em quarenta e seis culturas foram identificados gram-negativos. A Klebsiella pneumoniae foi o patógeno mais prevalente, sendo identificado em 15 amostras, seguido pela Pseudomonas aeruginosa (12). A resistência ao meropenem foi identificada em 15 amostras dos gram-negativos, já para o imipenem 16 cepas de gram-negativos foram resistentes. Conclusão: Os resultados deste estudo indicaram alta taxa de resistência aos carbapenêmicos para Klebsiella pneumoniae e Acinetobacter baumannii. Assim, é necessário a atualização periódica dos protocolos de terapia empírica com base no conhecimento da microbiota nosocomial, para prevenção contra a resistência bacteriana, visto que as bactérias desenvolvem constantemente novos mecanismos de resistência aos antimicrobianos.
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