Análise de suspeitas de reações adversas a medicamentos anestésicos no parto do tipo cesariano em uma coorte de mulheres de uma maternidade-escola do Ceará (Brasil)
DOI:
https://doi.org/10.30968/rbfhss.2022.134.0843Resumo
Objetivo: Analisar e descrever eventos adversos pós-cirúrgicos em gestantes atendidas em uma maternidade escola do município de Fortaleza, Ceará. Métodos: Estudo transversal, quantitativo. Utilizaram-se prontuários e entrevistas de mulheres no pós-parto do tipo cesáreo, numa maternidade escola, no município de Fortaleza, no estado do Ceará. Foram selecionadas todas as pacientes submetidas à técnica de aplicação de anestesia. Os materiais utilizados para esta pesquisa e os dados específicos foram determinados como variáveis, escolaridade, complicações, hábitos, alergias, doenças pré-existentes, medicamentos, reações e procedimentos aplicados. Resultados: Na pesquisa foram incluídos 88 pacientes. A maioria das pacientes tem uma faixa etária entre 20 a 29 anos, 46,59% (n=41), e 30 a 39 anos, 42,05% (n= 37). O tipo de anestesia predominante foi a raquiepidural utilizada em 93% (n= 82) dos pacientes. As reações pós-anestésicas foram: flatulência 22,63% (n= 55), prurido no rosto 17,69% (n= 43) e vômito 10,29% (n= 25). A bupivacaina foi a única anestesia utilizada em todas as mulheres que realizaram cesárea, 100% (n=88). Foram utilizados medicamentos coadjuvantes, como morfina 97,72% (n= 86) e fentanil 55,68% (n= 49). Os eventos adversos das pacientes foram leves 62,50% (n= 55) a moderados 37,50% (n= 33). Conclusão: As gestantes receberam o mesmo anestésico (bupivacaína), e apresentaram algumas reações como cefaleia, flatulência, prurido facial e vômitos. Esses dados reforçam a importância do acompanhamento pelo profissional farmacêutico para minimizar possíveis reações adversas e interações medicamentosas. Além disso, é importante utilizar os recursos de farmacovigilância como ferramenta para eventos farmacológicos adversos. Sugere-se aprofundar a análise por um período maior de tempo e abranger a população de gestantes de risco no Ceará.
Downloads
Referências
Silveira GTV. Desconstrução da normalização do parto cesariano no Brasil. 2020. Monografia (Graduação em Enfermagem) – Faculdade de Ciências da Educação e da Saúde, Centro Universitário de Brasília, Brasília. 2020.
Pinto KB, Chagas LTPC, Alexandra L et al. Panorama de mortalidade materna no Brasil por causas obstétricas diretas. Research, Society and Development. 2022; 11(6). doi: 10.33448/rsd-v11i6.28753
Filho MB, Santos CC. Cirurgias cesáreas: a evolução temporal, tendência epidêmica, propostas e recomendações da OMS, dúvidas e desafios atuais. Rev Bras Saúde Mater Infant. 2018;18(4). doi: 10.1590/1806-93042018000400010
Fonseca FMV. Influência do tipo de parto no aleitamento materno: Revisão Sistemática da Literatura. Instituto Politécnico de Viseu. 2020;1-73.
Carvalho CSRA, Paula E, Ribeiro WA. Cuidado humanizado no parto cesariana na ótica da enfermagem. 2021;1(2). doi: 10.53612/recisatec.v1i2.20
Santos MC. Lista de verificação para partos seguros da OMS: Aplicação de práticas essenciais em um hospital escola. 2018.
Siaulys MM. Condutas em Anestesia Obstétrica. Ed. Elsevier Editora Ltda. 2012
Cunha AA, Gribel GPC, Palmiro, A. Analgesia e anestesia farmacológica em Obstetrícia. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), 2018. (Protocolo Febrasgo – Obstetrícia, nº 98/Comissão Nacional Especializada em Assistência ao Abortamento, Parto e Puerpério).
Silva ALA, Santos APS, Matos SGS, et al. Diabetes Mellitus Gestacional com ênfase nas Gestantes de Alto Risco. Id on Line Rev Psic. 2021;15(58):278-291. doi: 10.14295/idonline.v15i58.3328
Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais. Notificações e reações adversas a medicamentos (RAM). 2021. Belo Horizonte-MG.
Naranjo CA, Busto U, Sellers EM et al. A method for estimating the probability of adverse drug reactions. Clinical Pharmacology & Therapeutics. 1981; 30(2):239-245.
Oliveira LAM, Galvão MPSP, Soares YKC, et al. Nursing care for pregnant with hypertensive syndrome: integrative review. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research. 2022;23(2):159-164.
Kahhale S, Francisco RPV, Zugaib M. Pré-Eclampsia. Rev Med. 2018;97(2):226-34. doi: 10.11606/issn.1679-9836.v97i2p226-234
Costa J, Silva LN, Barros NB, et al. Atenção primária a grávidas em relação ao consumo de mips na gravidez e os efeitos teratogênicos. Brazilian Journal of Development. 2021;7(9). doi: 10.34117/bjdv7n9-376
Bertoco MC, Azambuja KS. Uso de antiagregantes plaquetários na pré-Eclampsia: uma revisão narrativa. REA med. 2022;3. doi: 10.25248/reamed.e9741.2022
Campos PRS, Oliveira ACC, Santos NCF, et al. The importance of nutritional follow up of pregnant women in HIV/AIDS treatment. Research, Society and Development. 2022;11(5). doi: 10.33448/rsd-v11i5.28331
Kumar S, Chandra KN, Ayub A. Síndrome de vasoconstrição cerebral reversível, uma causa rara de cefaleia pós-parto: Visão da anestesia. Rev. Bras. Anestesiol. 2019.69(3):311-314. doi: 10.1016/j.bjan.2018.11.001
Tyagi A, Ramanujam M, Sethi AK, et al. Utilidade clínica da extensão do volume peridural após doses subaracnoídeas reduzidas: um estudo clínico randomizado. Brazilian Journal of Anesthesiology. 2020; 71(1):31-37. doi: 10.1016/j.bjane.2020.12.005
Brito MPC, Matos RS, Quirino, GMC, et al. Complicações pós- -operatórias relacionadas à anestesia em pacientes submetidos a cirurgias ginecológicas e obstétricas. Health Residencies Journal. 2022;3(14). doi: 10.51723/hrj.v3i14.358.
Ferreira JCL, Silva MCV, Mussarelli YF, et al. Cuidados humanizados no pós operatório de cesárea: revisão integrativa. Rev Faculdades do Saber. 2021;6(13).
Cherobin ACFP, Tavares GT. Safety Of local anesthetics. An Bras Dermatol. 2020; 95(1):82-90. doi: 10.1016/j.abd.2019.09.025
Ferrarezi WPP, Braga AFA, Ferreira VB, et al. Anestesia espinhal para cesariana eletiva. Emprego da associação de bupivacaína a diferentes doses de fentanil: ensaio clínico randomizado. Brazilian Journal of Anesthesiology. 2021;71(6):642-648. doi: 10.1016/j.bjane.2021.03.030
Uppal V, Retter S, Casey M, et al. Efficacy of Intrathecal Fentanyl for Cesarean Delivery: A Systematic Review and Meta-analysis of Randomized Controlled Trials With Trial Sequential Analysis. Anesth Analg. 2020;130(1):111-125. doi: 10.1213/ANE.0000000000003975
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Autores
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Os autores transferem, atribuem ou transmitem à RBFHSS: (1) o direito de conceder permissão para republicar ou reimprimir o material indicado, no todo ou em parte, sem taxa; (2) o direito de imprimir cópias republicadas para distribuição gratuita ou venda; e (3) o direito de republicar o material indicado em qualquer formato (eletrônico ou impresso). Além disso, o abaixo assinado afirma que o artigo descrito acima não foi publicado anteriormente, no todo ou em parte, não está sujeito a direitos autorais ou outros direitos, exceto pelo (s) autor (es), e não foi enviado para publicação em outros lugares, exceto como comunicado por escrito para RHFHSS neste documento.
Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação com o trabalho licenciado simultaneamente sob uma Licença de atribuição Creative Commons Attribution (CC-BY-NC-ND) que permite que outros compartilhem o trabalho com um reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
Politica de Auto-arquivamento
Autores tem permissão e são encorajados a submeter o documento final em pdf dos artigos a páginas pessoais ou portais institucionais, após sua publicação neste periódico (sempre oferecendo a referência bibliográfica do item).