Serviços farmacêuticos na Atenção Primária à Saúde (APS) em São Paulo: um estudo de observação participante
DOI:
https://doi.org/10.30968/rbfhss.2022.134.0831Resumo
Objetivo: Compreender como acontecem os serviços farmacêuticos, a partir da reflexão sobre os diferentes modelos de Atenção Primária à Saúde. Método: O estudo é uma Observação Participante, que utiliza como abordagem a etnografia. A coleta de dados aconteceu em três Unidades Básicas de Saúde (UBS) de três regiões distintas em São Paulo. A indução analítica e a teoria enraizada são as referências norteadoras da análise dos cadernos de campo da Observação Participante. Resultados: As categorias conceituais estão agrupadas naquelas que dizem respeito ao próprio farmacêutico, em facilitadores para os serviços, limitadores para os serviços e aspectos que são fundamentais, como a dispensação de medicamentos enquanto um serviço central na APS. Foram observados três modelos de atuação do farmacêutico, sendo que todos os farmacêuticos seguem processos de trabalho muito ligados aos preceitos da APS. As evidências obtidas foram demonstradas em categorias conceituais relacionadas às diferentes perspectivas dos serviços farmacêuticos na APS, o que possibilitou a compreensão de que o farmacêutico é a referência em medicamentos nas unidades de saúde. Conclusão: Utilizando da observação participante, foi possível visualizar que os serviços farmacêuticos na APS têm uma tendência de compreender que as pessoas não são iguais, e que é preciso reconhecer as necessidades de saúde e, por conseguinte, sociais para, então, construir resultados em saúde. Porém, pode-se encontrar modelos diferentes de trabalho, que geram concepções de serviços farmacêuticos distintas, relacionadas aos modelos de APS, sendo alguns mais universais e integrais versus modelos de cobertura universal, focalizados e seletivos.
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