Dados da avaliação de causalidade de lesão hepática induzida por medicamentos de estudo transversal no Brasil: incentivo ao uso do RUCAM atualizado na farmácia hospitalar
DOI:
https://doi.org/10.30968/rbfhss.2022.132.0791Resumo
Objetivos: identificar a prevalência de pacientes internados com DILI por níveis anormais de enzimas hepáticas usando o algoritmo atualizado de avaliação de causalidade Roussel Uclaf Causality Assessment Method (RUCAM), bem como fornecer uma análise descritiva dos casos de DILI. Métodos: foi realizado um estudo transversal em um hospital de média complexidade do sul do Brasil. Os dados referentes a DILI foram coletados retrospectivamente de prontuários eletrônicos (EMR) em 2015. Os critérios de inclusão foram todos os pacientes adultos (≥ 18 anos) que apresentassem alanina aminotransferase (ALT) maior que duas vezes o limite superior da normalidade (ALT > 60UI/L) com alteração concomitante de aspartato aminotransferase (AST) ou fosfatase alcalina (ALP) ou alteração de ALP maior que duas vezes o limite superior da normalidade (ALP > 250 UI/L) durante a internação. O RUCAM foi aplicado a todos os casos suspeitos de DILI. Resultados: 84.134 pacientes internados neste período; 178 pacientes tinham testes hepáticos anormais, seis pacientes tinham informações médicas suficientes para permitir a avaliação de causalidade de DILI e dois pacientes tinham DILI descrito em EMR, embora nosso grupo não tenha encontrado informações suficientes para aplicar RUCAM retrospectivamente. A ausência de informações esteve relacionada principalmente à reconciliação medicamentosa na admissão hospitalar, tempo de início da suspeita de terapia medicamentosa e não descrição de condições clínicas prévias no EMR. Quatro pacientes desenvolveram lesão hepática como resultado do início do tratamento medicamentoso durante a internação. As drogas suspeitas foram antibióticos, anti-inflamatórios não esteroidais, antivirais, tuberculostáticos e antiagregante plaquetário. O padrão de lesão hepática foi identificado como hepatocelular e misto. Conclusão: DILI apareceu como RAM rara, mas a ausência de dados na maioria dos EMR afetou a aplicação de RUCAM e subestimou a frequência de DILI. Há uma urgência em desenvolver o conhecimento DILI nos hospitais brasileiros. Os farmacêuticos devem estar cientes do uso do RUCAM atualizado para avaliar prospectivamente possíveis casos de DILI. Para pesquisas futuras, sugerimos combinar rastreadores DILI, como códigos de lesão hepática ICD-10, biomarcadores anormais de fígado, pesquisa de medicamentos de conhecida hepatotoxicidade e ferramentas de pesquisa de texto EMR, adicionando inteligência artificial a farmacovigilância e farmácia hospitalar.
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