Avaliação de custos para implementação de uma central de misturas intravenosas em um hospital da fronteira sudoeste do Brasil

Resumo

Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar os custos para implantação de uma central de misturas intravenosas (CMI) em um hospital filantrópico da fronteira sudoeste do Brasil. Métodos: Foi realizado um levantamento dos custos de equipamentos, móveis, utensílios e recursos humanos exigidos pela legislação vigente para a implantação da CMI. Além disso, foi realizada uma análise de prescrições de pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva Adulta (UTI-AD) e Neonatal (UTI-NEO) (julho a dezembro/2020) que fizeram uso de medicamentos injetáveis. Foram estimados os custos desses medicamentos e de perdas por sobras de medicamentos. Sete medicamentos/misturas foram então selecionados como proposta para a realização de um teste piloto para a implantação do CMI. Resultados: Os custos envolvendo área física, móveis, equipamentos e materiais foram estimados em US$ 10.446,52. Estima-se também que seria necessário empregar pelo menos 2 farmacêuticos, 4 auxiliares de farmácia e mais 2 estudantes, com custos mensais calculados entorno de US$ 2.267,80, excluindo-se encargos trabalhistas. O custo total estimado de medicamentos injetáveis, soluções e materiais para atender às prescrições médicas para os 169 pacientes incluídos no estudo foi de US$ 24.748,13. Considerando que o hospital não possui CMI para centralizar o preparo de doses unitárias de medicamentos injetáveis, uma perda total de sobras de medicamentos foi estimada em aproximadamente US$ 7.764,64. Para o teste piloto, foram sugeridas as seguintes preparações: omeprazol, heparina, midazolam e insulina (UTI-AD), soluções eletrolíticas, ampicilina e gentamicina (UTI-NEO). Conclusão: Embora a implantação de uma CMI demande recursos significativos, proporcionaria maior segurança ao paciente e uma economia estimada de 31,4% com custos de medicamentos injetáveis.