Perfil farmacoterapêutico de medicamentos manipulados para tratamento de coronavírus em pacientes internados em hospital público
DOI:
https://doi.org/10.30968/rbfhss.2021.123.0646Resumo
Objetivo: Caracterizar sociodemograficamente e definir perfil de internação dos pacientes, bem como determinar, contabilizar, identificar dosagens e custos gerados com medicamentos manipulados para atender prescrições de internados no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) devido ao SARS-CoV-2, entre abril e julho de 2020. Métodos: Estudo seccional retrospectivo da utilização de medicamentos manipulados por pacientes internados por coronavírus no Instituto Central HCFMUSP no período de abril a julho de 2020. Excluiu-se do estudo medicamentos manipulados personalizados ou produzidos pelo setor de semi-industriais da Unidade de Farmacotécnica do HCFMUSP. As variáveis foram apresentadas como média e desvio-padrão ou proporção. Aplicada análise estatística univariada, ANOVA de uma via usando Tukey como teste post-hoc para comprar a produção de manipulados no período de estudo e o mesmo período de 2019. Resultados: Demonstraram o total de 39 medicamentos manipulados padronizados que foram prescritos para o total de 1557 pacientes com confirmação de coronavírus. Do total de medicamentos manipulados prescritos, 11 medicamentos apresentaram aumento significativo de produção em 2020: furosemida (48,8 ± 17,1 p <0,004); amiodarona (50,0 ± 17,4 p <0,005); anlodipino (70,3 ± 14,4 p <0,003); hidralazina (82,8 ± 22,3 p <0,038); diazepam (95,8 ± 53,4 p <0,037); saliva artificial (146,0 ± 50,6 p <0,004); propantelina gel (155,0 ± 33,9 p <0,042); metadona (174,5 ± 45,2 p <0,002); hidroclorotiazida (204,5 ± 46,4 p <0,001); omeprazol (537,5 ± 194,8 p <0,031) e quetiapina (597,0 ± 116,3 p <0,000). Os medicamentos omeprazol e quetiapina foram os produtos mais prescrito para os pacientes internados. O custo total estimado para atender às prescrições no período do estudo foi de US$ 20.854,01. Conclusões: Os medicamentos manipulados proporcionaram aos pacientes em ventilação mecânica a adequada farmacoterapia e facilitaram o processo de desmame da sedação. A instituição obteve redução no custo devido ao produto manipulado apresentar melhor custo-benefício quando comparado às formas injetáveis dos medicamentos.
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