Avaliação do custo da farmacoterapia aplicada em pacientes acometidos por COVID-19 em ventilação mecânica invasiva em um hospital geral
DOI:
https://doi.org/10.30968/rbfhss.2021.124.0641Resumo
Objetivo: Avaliar o perfil de pacientes acometidos pelo COVID-19 que necessitaram de ventilação mecânica invasiva em relação à prescrição de anestésicos gerais, bloqueadores neuromusculares, sedativos, antimicrobianos e anti-inflamatórios em um hospital geral do Rio de Janeiro. O impacto da pandemia sobre o consumo e a variação dos preços desses medicamentos também foi avaliado. Métodos: Estudo retrospectivo na forma de série de casos em que os critérios de inclusão foram: pacientes internados na unidade de terapia intensiva hospitalar entre maio e julho de 2020 com diagnóstico de COVID-19, por meio de teste laboratorial de PCR positivo, submetidos à ventilação mecánica invasiva. Os critérios de exclusão foram: pacientes menores de 18 anos. Os medicamentos de interesse foram definidos através de revisão da literatura produzida em 2020, as análises foram realizadas em 5 fases: coleta de dados realizada pelos farmacêuticos pesquisadores na prescrições médicas e nos relatórios de consumo do sistema informatizado utilizado na instituição; identificação dos preços unitários dos medicamentos de interesse; cálculo de custo global da terapia medicamentosa dos pacientes; cálculo do custo em relação aos medicamentos de interesses; comparação dos dados referentes ao grupo de interesse com os dados da terapia completa e Identificação dos medicamentos de maior destaque financeiro; identificação de variação no preço praticado em aquisições públicas dos medicamentos de maior destaque financeiro. Resultados: Foram selecionados 18 pacientes com um custo de tratamento farmacológico totalizado em U$ 49.602,24, sendo uma média de U$ 2.755,68 ± U$ 2.425,31 por paciente. Observou-se o consumo de diferentes classes terapêuticas, os itens mais consumidos foram enoxaparina, noradrenalina, meropenem, midazolam e rocurônio. Esses 6 medicamentos representaram 43,3% do custo total da farmacoterapia e pode-se observar o aumento de seus preços em até 1664,7%. Conclusões: O alto consumo com a valorização dos itens observados implicou diretamente no alto custo da terapia para tais pacientes selecionados e o aumento de risco de desabastecimento de medicamentos para o tratamento, com reflexos na qualidade da assistência prestada e na segurança do paciente.
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