Perfil de utilização de anticoagulantes parenterais em pacientes com COVID-19 em um hospital universitário no Rio de Janeiro
DOI:
https://doi.org/10.30968/rbfhss.2021.123.0627Resumo
Objetivo: Avaliar o perfil de prescrição de anticoagulação dos pacientes hospitalizados com COVID-19 e a ocorrência de eventos hemorrágicos em pacientes em uso de anticoagulantes, que desenvolveram doença respiratória grave necessitando de suporte clínico avançado em CTI comparados com pacientes que necessitaram de internação, porém sem suporte clínico avançado. Métodos: Estudo observacional descritivo com abordagem quantitativa realizado em um hospital público no rio de Janeiro, no período de 29 de março de 2020 a 13 de outubro de 2020. Foram analisados dados recuperados do prontuário e prescrição eletrônicos de pacientes hospitalizados com diagnóstico de COVID-19 confirmado por RT-PCR e que fizeram uso de anticoagulante por no mínimo 60% do tempo de internação. Os pacientes que preencheram os critérios de inclusão foram divididos em dois grupos: grupo 1, pacientes que desenvolveram doença respiratória grave necessitando de suporte clínico avançado em CTI ou em qualquer outra unidade hospitalar, em caso de ausência de leitos no CTI); grupo 2, pacientes que necessitaram de internação, porém sem suporte clínico avançado. Resultados: Dos 421 pacientes internados com COVID-19, 281 prontuários foram analisados e, destes, 218 preencheram os critérios de inclusão do estudo. Cento e doze (51%) pacientes foram categorizados no grupo 1 e 106 (49%) no grupo 2. A média de idade geral foi de 64 anos (p=0,053) e a maioria (52%) era do sexo masculino. A mortalidade geral deste estudo foi de 33,5%, sendo os pacientes do grupo 1 os mais afetados (60,7%). Em relação ao uso de anticoagulante, cento e sessenta (73,6%) pacientes fizeram uso de dose profilática, 47 (21,6%) pacientes de dose intermediária e 11 (5,0%) pacientes de dose terapêutica. No geral, 27 (12,4%) pacientes apresentaram eventos hemorrágicos após terem iniciado o tratamento com anticoagulante. Destes, 18 (66,7%) pacientes estavam em uso de dose profilática anteriormente ao sangramento, 5 (18,5%) pacientes em dose intermediária e 4 (14,8%) pacientes em dose terapêutica. Conclusão: Neste estudo, foi possível observar que a dose profilática foi a mais utilizada nos pacientes hospitalizados, condizente com as evidências da literatura e com a recomendação da própria instituição. A ocorrência de eventos hemorrágicos foi maior no grupo de pacientes que fizeram uso de anticoagulantes em dose profilática.
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