Avaliação do perfil de uso de antimicrobianos em uma unidade de terapia intensiva após implementação do Programa Stewardship
DOI:
https://doi.org/10.30968/rbfhss.2021.122.0551Resumo
Objetivos: Avaliar o perfil de uso de antimicrobianos na unidade de terapia intensiva (UTI), após implementação do Antimicrobial Stewardship Program (ASP). Métodos: estudo do tipo antes e depois da implementação do programa, realizado de janeiro a dezembro de 2018, envolvendo pacientes com mais de 18 anos, que estiveram internados na UTI, com solicitação de análise microbiológica para apoio diagnóstico de infecção presumida ou confirmada e em uso de antimicrobianos. Foram comparados os resultados dos períodos anterior e posterior à implantação do ASP (1º semestre/2018 versus 2º semestre/2018). Os dados secundários foram obtidos por meio de prontuários e software da unidade de estudo. Foi feita a caracterização da distribuição dos pacientes e monitoradas as variáveis: DDD/1000 pacientes-dia, internados na UTI, número de solicitações de tratamento, média de uso de antimicrobianos por paciente e proporção do consumo de antibióticos, obedecendo à categorização AWaRe. Para análise estatística, foram utilizados os testes t-Student com variâncias desiguais, t-Student com variâncias iguais e teste Mann-Whitney. Resultados: No total, 461 pacientes foram incluídos no estudo. Observou-se que o meropenem foi o antimicrobiano com maior DDD/1000 pacientes-dia em ambos os semestres avaliados (696,67 ± 120,95 versus 481,08 ± 145,23), seguido da vancomicina (316,50 ± 59,89 versus 311,71 ± 89,52). No período pós-intervenção do ASP, houve redução significativa da DDD/1000 pacientes-dia para os antibióticos Meropenem (p = 0,020) e Polimixina B (p = 0,007) e aumento para Piperacilina/Tazobactam. Observou-se um total de 1.605 solicitações de tratamento antimicrobiano em 2018, com redução significativa após intervenção do ASP (147,50 ± 16,63 versus 120,00 ± 18,34, p = 0,022). Considerando a classificação AWaRe, os antibióticos mais utilizados em 2018, em ambos os semestres, corresponderam aos de “Vigilância” (64%), seguidos dos classificados como “Reserva” (21%) e por fim, os de “Acesso” (15%). Conclusões: os resultados apontaram a redução do uso de antimicrobianos, especialmente de antibióticos de amplo espectro, após a intervenção do ASP, o que era esperado, visto que esta é uma ferramenta importante no manejo da terapia antimicrobiana em pacientes acometidos por infecção em unidade de cuidados críticos.
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