Desprescrevendo em cuidados paliativos oncológicos: uma revisão integrativa

Resumo

Introdução: Os pacientes sob cuidados paliativos oncológicos (CPO), devido à sintomatologia diversa e de gravidade variável, tendem a apresentar polifarmácia que, apesar de parecer justificável em muitos casos, pode trazer riscos à saúde e consequências negativas na qualidade de vida dos pacientes. Dessa forma, torna-se necessária a avaliação da presença de possíveis futilidades terapêuticas, norteadora do processo de desprescrição, no qual há redução da quantidade de medicamentos após a revisão dos objetivos do tratamento e avaliação de riscos e benefícios. Objetivo: Identificar as principais classes de medicamentos candidatos à desprescrição para pacientes em CPO por meio de revisão da literatura dos últimos 8 anos. Métodos: A pesquisa bibliográfica foi realizada nas bases de dados Medline e LILACS. Os critérios de inclusão foram artigos publicados entre 2010 e 2018, que abordavam o tema desprescrição em CPO. As publicações foram analisadas quanto ao Qualis e ao nível de evidência científica, buscando identificar os principais medicamentos candidatos à desprescrição. Resultados: Foram avaliados 20 artigos, sendo apenas 4 estudos clínicos randomizados (ECR), com nível II de evidência científica. Dentre as classes de medicamentos candidatas à desprescrição destacam-se: estatinas (20,37%) e anti-hipertensivos (20,07%). Carecem ECRs que corroborem com evidência científica de qualidade para desenvolvimento de diretrizes que possibilitem a desprescrição, principalmente para a população em CPO. Conclusão: Destacamos assim, a importância da utilização de ferramentas para identificação de medicamentos inapropriados, e uso da conciliação medicamentosa, como meio de identificá-los, bem como do acompanhamento farmacoterapêutico.