Avaliação de potenciais interações medicamentosas na admissão hospitalar

Resumo

Introdução: Na prática clínica, a associação de medicamentos é comum e pode acarretar em interações medicamentosas (IM), que podem ocasionar eventos adversos evitáveis passíveis de intervenção farmacêutica. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi identificar e avaliar as interações medicamentosas, na admissão hospitalar, de pacientes da clínica médica de adultos de um hospital do Rio de Janeiro. Método: Estudo transversal, envolvendo a análise de informações através do banco de dados (e-sus), As interações foram classificadas segundo a base de dados Micromedex. Resultados: No total foram avaliadas 177 prescrições. A principal doença de base observada foi a neoplasia (36,16%), e a ocorrência dor (8,5%) foi o principal motivo de internação. Das prescrições avaliadas 81,93% tinham alguma IM potencial. Foram identificados 180 tipos de IM. No total foram quantificadas 600 IM. Considerando o grau de gravidade, foram observadas neste estudo 60% (358) de IM graves, 38% (229) moderadas, 1% (7) leves e contraindicadas. O fármaco de maior prevalência nas IM foi a dipirona (43,8%). A IM grave mais frequente foi entre Dipirona associada a Enoxaparina (9,4%). Entre as IM moderadas a mais frequente foi a Dipirona associada a Captopril (14,8%) e entre as leves foi Furosemida associada a Hidralazina (42,9%). As contraindicadas apareceram de forma semelhante com 16,7% cada uma. De acordo com as evidências científicas encontradas IM graves apresentaram majoritariamente documentação razoável (59,5%), enquanto as moderadas tiveram a maior parte de documentação classificada como boa (48,9%). Conclusão: Neste contexto é razoável considerar que, a análise farmacêutica da prescrição no momento da admissão do paciente possa contribuir na prevenção de eventos adversos relacionados a medicamentos.