Eficácia do acompanhamento farmacoterapêutico em pacientes com diabetes mellitus tipo 2: estudo controlado randomizado

Resumo

Objetivos: Avaliar a eficácia da atenção farmacêutica na melhoria dos resultados de pacientes ambulatoriais brasileiros com diabetes mellitus tipo 2. Métodos: Neste ensaio clínico controlado, simples-cego, 71 pacientes ambulatoriais foram randomizados em dois grupos: intervenção farmacêutica (seguiu o protocolo do acompanhamento farmacoterapêutico); e controle (seguiu o procedimento padrão de dispensação). Os desfechos incluíram hospitalização, complicações graves (retinopatia, insuficiência renal, hipoglicemia, coronaropatia ou lesão no pé) e as medidas de hemoglobina A1c (HbA1c), glicemia capilar (GC), pressão arterial (PA), colesterol total (CT) e índice de massa corporal (IMC). Todos os pacientes foram acompanhados por 12 meses e problemas relacionados a medicamentos (PRM) foram descritos no grupo de intervenção. Os grupos foram comparados utilizando-se o teste t de Student, Tukey-Kramer, Qui-quadrado e exato de Fisher. Resultados: Houve nenhuma diferença significativa nas características clínicas iniciais dos grupos intervenção (n= 36) e controle (n= 35) (p>0,05). Os grupos não diferiram quanto aos desfechos hipoglicemia, GC, PA, HbA1c, CT e IMC, mas os níveis de GC e de HbA1c diminuíram em 3, 6 e 12 meses, em ambos os grupos (p≤0,05). Um total de 56 PRM foi observado no grupo de intervenção e o farmacêutico resolveu aproximadamente 60% destes. Conclusão: Melhorias nos parâmetros glicêmicos de pacientes ambulatoriais com diabetes mellitus tipo 2 foram observados. Estudos envolvendo amostras maiores são necessários para confirmar os benefícios do acompanhamento farmacoterapêutico nos principais desfechos clínicos destes pacientes. O protocolo foi registrado no Clinicaltrials. gov: Registro NCT03196336.