Prescrição para pacientes psiquiátricos em hospital público brasileiro: estudo transversal
DOI:
https://doi.org/10.30968/rbfhss.2019.104.0362Resumo
Introdução: O aumento no consumo de psicotrópicos pode ser atribuído a maior frequência de diagnósticos de transtornos mentais, introdução de novos medicamentos no mercado farmacêutico e novas indicações terapêuticas de fármacos já existentes. Diante disso, se torna necessária analisar a adequação do uso de medicamentos psiquiátricos, considerando as evidências científicas disponíveis. Objetivos: Analisar a adequação das prescrições medicamentosas utilizadas por pacientes psiquiátricos em um hospital público de Sorocaba, de acordo com as melhores evidências científicas disponíveis e descrever o perfil dessa população. Métodos: Este estudo transversal de coleta de dados de prontuários clínicos dos pacientes com transtornos mentais, internados no setor de psiquiatria do Conjunto Hospitalar de Sorocaba, estado de São Paulo, Brasil, foi realizado entre Agosto de 2015 e dezembro de 2016. Os desfechos medidos foram o uso inadequado e/ou presença de contraindicação e de interações medicamentosas graves ou contraindicadas, seguindo as informações disponíveis nas bases de dados Dynamed® e Micromedex® 2.0. Resultados: Predominou indivíduos adultos, diagnosticados com esquizofrenia paranóica e transtorno afetivo bipolar. Antipsicóticos, benzodiazepínicos e lítio representaram 84,0% (n=2.938) dos 3.500 medicamentos prescritos para os transtornos mentais. Observou-se 2.157 (61,6%) medicamentos prescritos inadequadamente dos quais 81,9% corresponderam aos antipsicóticos, benzodiazepínicos e lítio. Houve 1.712 precrições com associações de fármacos com risco de causar interações medicamentosas, a maioria ocorreu devido uso de antipsicóticos (67,0%). Conclusão: O estudo revelou um alto número de prescrições inadequadas, apontando para a necessidade de uma maior adequação da prescrição para garantir tratamento seguro eficaz aos pacientes psiquiátricos.
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