Avaliação da qualidade de vida de pacientes coinfectados com HIV/tuberculose em um hospital do nordeste do Brasil

Resumo

Objetivos: Avaliar a qualidade de vida de pacientes coinfectados com HIV/tuberculose em tratamento, identificando as alterações na qualidade de vida e conhecendo a percepção dos mesmos sobre a sua saúde. Métodos: Realizou-se um estudo transversal em um hospital no estado de Pernambuco, Brasil. Os dados foram coletados entre novembro de 2017 e abril de 2018, por meio de entrevistas. Foi utilizado o instrumento WHOQOL-HIV Bref, obtendo-se a pontuação total e o desempenho nos domínios físico, psicológico, nível de independência, relações sociais, meio ambiente e espiritualidade. Também foi utilizado um questionário para coleta de dados sociodemográficos e clínicos a partir do registro de dispensação da farmácia e dados do Sistema de Controle Logístico de Medicamentos (SICLOM®). Resultados: Foram entrevistados 26 pacientes, dentre os quais 76,9% eram do gênero masculino, em sua maioria heterossexuais, solteiros, em idade produtiva (29-38 anos), sem vínculo empregatício e com condições socioeconômicas desfavoráveis. Dentre os entrevistados, 46,1% apresentavam avançado estado de comprometimento imunológico. 73,1% considerou sua saúde “boa” ou “muito boa” e 69,2% não se consideravam doentes. A qualidade de vida geral, score de zero (pior qualidade de vida) a cem (melhor qualidade de vida) teve como média 69,6 ± 9,1. Quanto aos domínios, a pior média foi obtida no nível de independência (11,1 ± 2,6) e as maiores pontuações foram dos domínios espiritualidade (15,5 ± 3,8) e psicológico (15,3 ± 2,2). Conclusões: O baixo nível de independência e as condições socioeconômicas desfavoráveis foram importantes aspectos influenciadores na qualidade de vida da população estudada. O conhecimento dos aspectos mais prejudicados na qualidade de vida permite a elaboração de diretrizes clínicas e políticas públicas assistenciais que contribuam com o bem-estar desses pacientes.