Avaliação da adaptação de formas farmacêuticas em um hospital pediátrico de Manaus

Resumo

A adaptação da forma farmacêutica de medicamentos para uso pediátrico é frequente nos hospitais brasileiros devido à carência de formulações adequadas para administração em crianças, sendo esta prática definida como uso não licenciado. Realizou-se um estudo descritivo, quantitativo e retrospectivo abrangendo diferentes aspectos relacionados à adaptação farmacêutica realizada em um hospital pediátrico de Manaus durante o ano de 2016. Através da coleta de dados dos registros do hospital, foram avaliadas as diferentes classes farmacológicas e formas farmacêuticas utilizadas, alguns aspectos das boas práticas de manipulação e os procedimentos operacionais padrão empregados nestas formulações. Adicionalmente, foi consultada a disponibilidade de formulações prontas no mercado nacional como alternativas para o processo produtivo do hospital e foram realizados cálculos para a comparação de preços. Neste estudo, verificou-se que a classe farmacológica diuréticos foi a mais produzida (15,4%). Os agentes terapêuticos mais produzidos foram Cloreto de Potássio e a associação espironolactona e hidroclorotiazida (21,2%). Foram encontradas no mercado formulações prontas líquidas de dexametasona, cloreto de potássio, oseltamivir e midazolam. Adicionalmente, verificou-se que, na comparação entre o processo produtivo e a compra no mercado, as formulações adaptadas são financeiramente vantajosas, de acordo com os cálculos realizados. Portanto, conclui-se que a adaptação de formas farmacêuticas é uma realidade no hospital estudado e a necessidade de compra do produto industrializado ou de adaptação da forma farmacêutica deve levar em conta não somente o aspecto financeiro como também outros aspectos tais como demanda, disponibilidade no mercado, aspectos farmacotécnicos, segurança, eficácia, entre outros pontos.