Acompanhamento farmacoterapêutico de pacientes oncológicos em cuidados Paliativos durante a internação hospitalar

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30968/rbfhss.2024.153.1151

Resumo

Objetivo: Analisar os Problemas Relacionados a Medicamentos (PRM), e as intervenções farmacêuticas realizadas a partir do acompanhamento farmacoterapêutico dos pacientes com câncer, internados em uma unidade de cuidados paliativos exclusivos, em um instituto de referência no Rio de Janeiro. Método: Foi realizado um estudo observacional, descritivo, retrospectivo, com abordagem quantitativa. A população consistiu em pacientes internados e em acompanhamento farmacoterapêutico no período de junho de 2022 a maio de 2023. Os dados foram coletados de prontuários físicos, sistemas institucionais eletrônicos e planilhas específicas. Foram analisadas variáveis sociodemográficas, clínicas e farmacoterapêuticas. Resultados: Foram avaliados 283 pacientes, entre 21 e 85 anos de idade, cuja maioria possuía 60 anos ou mais (n=153; 54,1%; idade média = 60,1; desvio padrão = 8,2) e pertencia ao sexo feminine (n=186; 65,7%). O sítio tumoral primário mais frequente foi do aparelho digestivo (n= 56; 19,8%) seguido por mama (n= 55; 19,4%) e ginecológicos (n= 55; 19,4%). Em relação às comorbidades, a maior parte dos pacientes apresentou pelo menos uma (n= 166; 58,7%), sendo o sistema circulatório (n= 121; 42,7%) o predominante. A porcentagem de pacientes que apresentou PRM foi de 50,9% (n= 144). Observou-se 298 PRM, dentre os quais foi destacada a não utilização do medicamento necessário ao paciente (n= 106; 35,6%). Foram realizadas 302 intervenções no total, principalmente em relação à inclusão de um novo medicamento (n= 87; 28,8%). Houve 93% de aceitabilidade das intervenções realizadas. Conclusão: A atuação clínica do farmacêutico na equipe multiprofissional possibilita a identificação dos PRM contribuindo, então, para o uso racional e seguro dos medicamentos, por meio da otimização da prescrição e racionalização da farmacoterapia.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

World Health Organization. WHO definition of palliative care [Internet]. Geneva: WHO; 2019.

Ministério da Saúde. Ministério normatiza cuidados Paliativos no SUS [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2018. [cited in 2023 Apr 02].

World Hospice Palliative Care Alliance. Global atlas of palliative care at the end of life [Internet]. Geneva: WHO; 2020.

Freire MEM, Sawada NO, França ISX et al. Qualidade de vida relacionada à saúde de pacientes com câncer avançado: uma revisão integrativa. Rev Esc Enferm USP. 2014;48(2):357-367.

Maltoni M, Nanni O, Pirovano M et al. Successful validation of the palliative prognostic score in terminally ill cancer patients. Italian Multicenter Study Group on Palliative Care. J Pain Symptom Manage. 1999;17(4):240-247. doi: 10.1016/s0885-3924(98)00146-8.

Cordeiro LAF, Silva TH, Oliveira LC et al. Systemic inflammation and nutritional status in patients on palliative cancer care: a systematic review of observational studies. Am J Hosp Palliat Med. 2020;37(7):565-571. doi: 10.1177/1049909119886833.

Cruz NAO, Nobrega MR, Gaudencio MRB et al. The role of the multidisciplinary team in palliative care in the elderly. Res Soc Dev. 2021;10(8). doi: 10.33448/rsd-v10i8.17433.

Brasil. Conselho Federal de Farmácia. Resolução CFF n° 585, de 29 de agosto de 2013. Regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. 2013 Sep 25; Seção 1: p. 186.

Conselho Federal de Farmácia. Serviços farmacêuticos diretamente destinados ao paciente, à família e à comunidade: contextualização e arcabouço conceitual. Brasília; 2016. 200p.

Santana SPD, Gonçalves KAM. Reações adversas a medicamentos: um problema de saúde pública. Braz J Health Rev. 2021;4(6):28899-28915. doi:10.34119/bjhrv4n6-427.

Melgaço TB, Carrera JS, Nascimento DEB, et al. Polifarmácia e ocorrências de possíveis interações medicamentosas. Rev Para Med. 2011;25(1):jan-mar.

Instituto Nacional de Câncer (Brasil). Hospital do Câncer IV. Rio de Janeiro: INCA; 2022 [cited 2023 Apr 04].

Instituto Nacional de Câncer (Brasil). TNM: classificação de tumores malignos. 6ª ed. Rio de Janeiro: INCA; 2004.

Wells RHC, et al. CID-10: classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados à saúde. São Paulo: EDUSP; 2011.

Karnofsky DA, Burchenal JH. Experimental observations on the effects of the nitrogen mustards on neoplastic tissues. Cancer Res. 1947 Jan;7(1):50. PMID: 20278229.

Comité de consenso. Segundo consenso de Granada sobre problemas relacionados con medicamentos. Ars Pharm. 2002;43(3-4):175-184.

Otero-Lopez MJ; et.al. Actualización de la clasificación de errores de medicación del grupo ruiz-jarabo 2000 [updated classification for medication errors by the ruiz-jarabo 2000 group]. Farm Hosp. Spanish. 2008 Jan-Feb;32(1):38-52.

Bastos BR, Pereira AKS, Castro CC, et al. Perfil sociodemográfico dos pacientes em cuidados paliativos em um hospital de referência em oncologia do estado do Pará, Brasil. Rev Pan-Amaz Saude. 2018;9(2):31-36. doi: 10.5123/S2176-62232018000200004.

Francisco PM, Friestino JKO, Ferraz RO, et al. Prevalência de diagnóstico e tipos de câncer em idosos: dados da pesquisa nacional de saúde 2013. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2020;23(2):e200023. doi: 10.1590/1981-22562020023.200023.

Chaves JHB, Neto LMA, Tavares VMC, et al. Cuidados paliativos: conhecimento de pacientes oncológicos e seus cuidadores. Rev Bioét. 2021 Jul-Sep;29(3).

Douberin CA, Silva LSR, Matos DP, et al. Principais comorbidades associadas à neoplasia mamária em tratamento quimioterápico. Rev Enf UFPE Online. 2019 Maio;13(5):1295-9.

Muniz AHR, Rosa KSC, Resende JMD, et al. Factors associated with karnofsky performance status and its trajectory in the last month of life in patients with terminal cancer. Rev Bras Cancerol. 2023;69(1):e-092754. doi: 10.32635/2176-9745.RBC.2023v69n1.2754.

Yates P, Charalambous A, Fennimore L, et al. Position statement on cancer nursing’s potential to reduce the growing burden of cancer across the world. Support Care Cancer. 2021;29:3435–3437. doi: 10.1007/s00520-021-06030-1.

Fernandes MCP, Mattos LFV, Barbosa MF. Conciliação medicamentosa em cuidados paliativos oncológicos. Rev Bras Cancerol. 2021 Set 30;67(4). doi: 10.32635/2176-9745.RBC.2021v67n4.1360.

Lima TAM, Furini AAC, Atique TSC, et al. Análise de potenciais interações medicamentosas e reações adversas a anti-inflamatórios não esteroides em idosos. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2016;19(3):533-544. doi: 10.1590/1809-98232016019.150062.

Ko M, Kim S, Suh S, et al. Consultation-based deprescribing service to optimize palliative care for terminal cancer patients. J Clin Med. 2023;12:7431. doi: 10.3390/ jcm12237431.

Souza IG, Nascimento MG, Ramalho-de-Oliveira D, et al. Description of a comprehensive medication management service in an adult intensive care unit. Rev Bras Farm Hosp Serv Saude. 2020;11(2):0400. doi: 10.30968/rbfhss.2020.112.0400.

Crul M, Oosterhof P. The oncology pharmacist as part of the palliative treatment team. Int J Pharm Pract. 2020;28:92-96. doi: 10.1111/ijpp.12583.

Viana SSC, Arantes T, Ribeiro SCC. Intervenções do farmacêutico clínico em uma Unidade de Cuidados Intermediários com foco no paciente idoso. Einstein (São Paulo). 2017;15(3):283-8. doi: 10.1590/S1679-45082017AO3894.

Krzyżaniak N, Pawłowska I, Bajorek B, et al. An overview of pharmacist roles in palliative care: a worldwide comparison. Med Paliatywna w Praktyce. 2016;10(4):160-173.

Publicado

2024-09-26

Como Citar

1.
LIMA VM, BRASILEIRO LA, MELO RM, OLIVEIRA LC, MATTOS LF. Acompanhamento farmacoterapêutico de pacientes oncológicos em cuidados Paliativos durante a internação hospitalar. Rev Bras Farm Hosp Serv Saude [Internet]. 26º de setembro de 2024 [citado 21º de dezembro de 2024];15(3):e1151. Disponível em: https://rbfhss.org.br/sbrafh/article/view/1151

Edição

Seção

ARTIGOS ORIGINAIS