Serviço farmacêutico clínico como estratégia de cuidado em terapia intensiva: estudo observacional
DOI:
https://doi.org/10.30968/rbfhss.2024.151.1049Resumo
Objetivo: O presente estudo tem como objetivo descrever os Problemas Farmacoterapêuticos (PF) e Intervenções Farmacêuticas (IF), bem como analisar as relações entre o número de intervenções farmacêuticas e variáveis relacionadas ao paciente, a fim de explorar a contribuição do serviço farmacêutico no cuidado em terapia intensiva. Método: Trata-se de um estudo analítico-descritivo, retrospectivo, com dados coletados, entre agosto e dezembro de 2021, em formulário de intervenções farmacêuticas, preenchidos pelos residentes durante os rounds multidisciplinares na Unidade de Terapia Intensiva Adulto (UTI) de um hospital de grande porte do município do Rio de Janeiro. Além da análise das características da amostra, foram descritos os problemas farmacoterapêuticos, intervenções farmacêuticas, aceitabilidade da equipe, direcionamento das intervenções e a análise da correlação entre o número de intervenções farmacêuticas e variáveis como sexo, idade, os motivos de internação na UTI e desfecho clínico. Resultados: Foram analisados formulários de 116 pacientes. A idade média aproximada dos participantes foi de 62 anos, sendo 56% do sexo feminino. A maioria (85,3%) apresentava pelo menos uma comorbidade. Foram realizadas 345 intervenções farmacêuticas relacionadas a problemas farmacoterapêuticos previamente identificados, direcionadas à equipe multidisciplinar, das quais 93,1% foram aceitas. A intervenção mais frequente foi a “adequação da taxa de infusão prescrita” (135/39,4%). Foi encontrada significância estatística entre a quantidade de intervenções na farmacoterapia de pacientes que ingressaram na UTI no pós-operatório e o desfecho clínico. Conclusão: A grande quantidade de problemas farmacoterapêuticos identificados, as intervenções realizadas, o número de equipes participantes e a correlação entre as variáveis analisadas sugerem que a atuação do farmacêutico nas equipes multiprofissionais em terapia intensiva trouxe benefício para os pacientes participantes do estudo. A alta taxa de aceitação evidencia a relevância do farmacêutico clínico na promoção de uma farmacoterapia racional e segura e auxílio no cuidado do paciente crítico.
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