Validação de procedimento de conferência e liberação de medicamentos antineoplásicos em uma central de misturas intravenosas no sul do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.30968/rbfhss.2024.151.1030Resumo
Objetivo: Considerando a Resolução de Diretoria Colegiada 220 de 2004, que descreve os requisitos mínimos exigidos para o funcionamento dos serviços de terapia antineoplásica, o objetivo deste trabalho foi propor e validar um processo de conferência e liberação de preparações de medicamentos antineoplásicos manipuladas na Central de Misturas Intravenosas em um hospital de alta complexidade do sul do Brasil. Métodos: Estudo observacional descritivo prospectivo, realizado no período de janeiro a março de 2023 na Central de Misturas Intravenosas de um hospital público de Porto Alegre. Durante três semanas foi conduzido um piloto em que 50% dos preparos antineoplásicos produzidos passaram por uma conferência visual final e preenchimento de um checklist com os seguintes pontos: coloração, existência de perfurações e/ou vazamentos, corpos estranhos ou precipitações na solução, compatibilidade do medicamento com a bolsa e equipo utilizado e volume na seringa. Os resultados foram apresentados aos profissionais da unidade e validados por meio de questionário eletrônico, com aplicação do Índice de Validade do Conteúdo, que calcula a proporção de avaliadores que estão de acordo com aspectos individuais e totais do instrumento. Subsequentemente, o processo foi descrito em um Procedimento Operacional Padrão (POP) e disponibilizado para a equipe do setor. Resultados: Foram conferidos visualmente 427 preparos de seringas/bolsas com produto final ao longo de três semanas. Durante esse piloto, foram identificados três erros de manipulação além da necessidade de adequação de processos de trabalho. Os tópicos observados por meio do checklist foram avaliados e validados pelas farmacêuticas oncológicas do setor. Conclusões: O procedimento de conferência e liberação de medicamentos antineoplásicos se mostrou um procedimento necessário para a segurança do paciente devido sua capacidade de evitar que erros na ordem de produção e manipulação cheguem ao paciente. Além disso, é necessário manter a atualização constante dos POPs e material de suporte, aliada à educação permanente da equipe.
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